sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Inversão de Valores


Excelente entrevista desta semana nas Páginas Amarelas da VEJA, com o psicanalista belga Jean Pierre Lebrun (ensine seu filho a falhar).

Abaixo um dos melhores trechos de seu entendimento a respeito do tema Pais, Filhos e Escola:

A mudança é visível. Na Europa, por exemplo, quando um professor dá nota baixa a um aluno, é certo que os pais vão aparecer na escola no dia seguinte para reclamar com ele. Há vinte, trinta anos, era o aluno que tinha de dar satisfações aos pais diante do professor. É uma completa inversão. Posso citar outro exemplo. Desde sempre, quando se levam os filhos pela primeira vez à escola, eles choram. Hoje em dia, normalmente são os pais que choram. A cena é comum. É como se esses pais tivessem continuado crianças. Isso acontece porque eles não são capazes de se apresentar como a geração acima da dos filhos. É uma consequência desse novo arranjo social, em que os papéis estão organizados de forma mais horizontal.
Leia na íntegra, aqui.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Filhos Seguros, Pais Tranquilos


Creative Commons License
Filhos Seguros, Pais Tranquilos by Volney Faustini Organizador is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.

Já está disponível para baixar o texto completo do livro FILHOS SEGUROS, PAIS TRANQUILOS - organizado por mim, e que tem como co-autores: André Valle, Daniel Sincorá, Elci Con'Je, João Paulo Rosman, Luís Fernandor Batista, Patrícia Valim, Paula Regina Adriani, Paulo Cassiano, Raphael Santos Lapa, Tatiana Tosi, Thiago Bomfim, Thiago Mendanha, e Volney Faustini.

A capa foi brilhantemente elaborada e criada por Thiago Mendanha.

Você pode baixar o arquivo completo em pdf - no Scribd - aqui.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Relatório da UNESCO


Uma excelente fonte de estudos para a questão da ética e da segurança na Internet. Este relatório, feito pela UNESCO, com o título: Implicações Éticas sobre as Tecnologias Emergentes - Um Pesquisa, traz excelente quantidade de dados e umas percepções interessantes. O resumo, que tentarei compartilhar em breve, encontra-se no quadro das páginas 73 e 74.

Esse link nos foi compartilhado pelo Guilherme Canela de Souza Godoi da UNESCO Brasil no evento Forum da Segurança na Internet.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Repercussões do tema


O tema Nativos Digitais tem repercutido nos diferentes segmentos da economia. Saiu no Exclusivo On Line - uma publicação do Grupo Sinos - o terceiro maior grupo de comunicação do Rio Grande do Sul.

Aqui tem a página tratando sobre o tema, com desdobrando nesta matéria também.

Aos poucos o termo vai deixando de parecer grego aos ouvidos das pessoas. Faz sentido e dá para entender o significado no nosso dia. Mais uma vez, a chamada: temos que fazer a síntese!


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mentes para o futuro e imersão digital


Educators must work together to ensure that every American young person has access to the skills and experiences needed to become a full participant, can articulate their understanding of how media shapes perceptions, and has been socialized into the emerging ethical standards that should shape their practices as media makers and participants in online communities.

Citando Malcolm Gladwell, Henry Jenkins (autor da chamada acima) e Howard Gardner, o artigo de Kyle Bylin no site Hypebot está em sintonia com a preocupação que temos revelado aqui: a necessidade de realizarmos a síntese para preparar os jovens para o futuro. O desafio mais específico, é ajudá-los a terem a mente mais adequada para o futuro. E o uso do termo 'mentes' significa mais do que cérebro e extrapola conteúdo, hábitos e fluência.

É nesse sentido que ele se refere às 10.000 horas de dedicação que Gladwell (autor de Fora de Série - Outliers) estabelece como padrão para se chegar ao nível de verdadeiros especialistas: seja como violinista, cantor, jogador de xadrez, ou atleta - e de quebra exemplifica com os Beatles e Bill Gates. O livro em si é muito recomendado.

Pois bem, o articulista utiliza dessa base, para mostrar que nossos filhos rapidamente obterão a dita fluência de especialista em menos de 10 anos, tal a intensidade de dedicação que terão nos meios digitais!

A tradução da chamada nos ajuda a perceber isso, ainda mais vindo de uma referência mundial, como é o professor Jenkins. Ele é autor de Cultura da Convergência - outra leitura imprescindível. Ele faz a chamada para os educadores americanos, e nesse caso é aplicável aos educadores de todo o mundo ...

Educadores devem trabalhar de mãos dadas para assegurar que cada jovem americano tenha acesso às capacidades e experiências necessárias para ser um participante integral, que possa articular a compreensão de como a mídia molda as percepções, e que tenha sido socializado no padrões éticos emergentes que deverão moldar suas práticas como desenvolvedores de mídia e participantes de comunidades online.

O texto completo você pode ler aqui (em Inglês).

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Içami Tiba e os Nativos

Nesta parte II da entrevista com Augusto Nunes, o Psiquiatra e educador Içami Tiba dá uma orientação aos pais - contextualizando os desafios e as responsabilidades no lar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Inteligências Múltiplas


O senso comum admite que somente o teste de QI serve como parâmetro para identificar pessoas inteligentes. Essa conclusão superficial no entanto é uma herança de muitos anos de adoção de uma antiga linha da psicologia que restringia os critérios para se medir a inteligência.

Até que entrou em cena Howard Gardner, trazendo para o campo da educação e da psicologia cognitiva, o revolucionário conceito de Inteligências Múltiplas. A base de sua proposta, é hoje compartilhada e abraçada na maioria das nossas Escolas de Ensino Fundamental e Médio.

Entende Gardner que para determinadas áreas e disciplinas da vida, as pessoas alcançam uma facilidade e fluência que a tornam mais preparadas em campos específicos e práticas diferenciadas.

Inicialmente foram apresentadas sete tipos de inteligência, e hoje aceita-se de maneira mais abrangente as oito, que são descritas a seguir:

- Lingüística: facilidade na escrita, na fala e na poesia;
- Lógico-Matemática: voltada para a construção lógica e cartesiana, e a facilidade com os números e operações matemáticas;
- Espacial ou Abstrata: capacidade de visualizar e projetar abstrações tendo em vista traduzir em desenhos e projetos;
- Corporal Cinestésica: facilidade com o uso e a atuação de seu próprio físico, inclusive para os esportes;
- Musical: capacidade e facilidade de tocar instrumentos, aprender melodias, e expressar-se;
- Intrapessoal: facilidade em lidar consigo mesmo, entender-se como pessoa e aceitar-se;
- Interpessoal: capacidade de lidar com outras pessoas, de relacionar-se, fazer amizades e conquistar adeptos e liderados;
- Naturalista: facilidade em entender o mundo, o meio ambiente e lidar com a fauna e a flora.

Para compreender mais sobre as Inteligências Múltiplas, veja aqui e aqui, e na Wikipedia aqui, e sobre Howard Gardner, veja aqui.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Link para o dia das crianças

No caderno Link do Estadão de ontem - dia das crianças, uma excelente matéria com cinco páginas de cobertura tratando do nosso tema preferido: os Nativos Digitais. Parabéns aos jornalistas Rafael Cabral, Bruno Galo e Ana Freitas. Uma das melhores coberturas feitas no Brasil sobre o assunto, com a data bem escolhida para apresentá-la (um presente para os pais que são os leitores do jornal), e com a participação de excelentes contribuintes.

Como este que lhe escreve também foi entrevistado e participou, fico de saia justa para acrescentar ou comentar mais um pouco. Tenho que deixar essa parte para vocês - ler, perguntar, comentar, discordar ou complementar.

O link principal está aqui. Já nas páginas seguintes, uma palavra aos pais, aqui e aqui.

E você, está participando do desenho do nosso futuro?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Poder da Síntese


Hoje as diferenças estão na cara - duplo sentido. Diferenças essas que aparecem não só na superfície. O jeito e o comportamento dos mais jovens, com suas diferenças abismais, separam as gerações de uma maneira nunca antes vista ou sentida. É tempo de oportunidade. É tempo de ação.

Se de um lado há todo um arcabouço estruturado na forma de pensar e agir das crianças e adolescentes: não querem lero-lero, não aceitam artificialismos, estão ligados no 220 em rapidez, conclusão rápida e novos focos de atenção ... Como estabelecer diálogo e comunicação para influenciá-los e ensiná-los?

Tanto os pais como os professores tem que buscar o caminho da síntese. Conciliar os dois modos, evitar a tirania do 'e/ou'. Criar pontes, lugares comuns, intersecções!

A palavra de ordem é a síntese. Sem ela, deixaremos as crianças à própria sorte pois de nada adiantará proibir e coibir. Sem a síntese ficaremos a falar sózinhos.

O caminho nobre da construção de um novo e melhor amanhã passa obrigatoriamente pela síntese: voltada pró ativamente para usar o que se tem de bom dos dois lados e deixar um positivo legado na humanidade.

domingo, 4 de outubro de 2009

Recomendaçõe para os pais



O Instituto Claro, através de seu site, fez uma interessante cobertura sobre o evento "Gerações Interativas: O Uso Responsável das Telas Digitais" e ao final listou uma série de recomendações para os pais.

Destaco entre elas:
- Seja um navegante
- Coloque o computador num espaço comum
- O celular pode ser usado para se fazer bullying (fique atento)

Leia a matéria completa e as recomendações para pais e filhos, aqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Bullying


Este vídeo é um comercial especialmente produzido para a Televisão Canadense, com o intuito de conscientizar jovens e pais a respeito do tema da semana: Assédio Moral e Bullying.

A fonte que me indicou esta ilustração, é a EducaRede, e traz também um capítulo para down load do educador argentino Rolando Martiñá, aqui.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Discutindo o assédio


O termo bullying - que vem do Inglês de bully (valentão) é aplicado principalmente em assédio infantil - tanto no formato presencial (no sentido de ser por exemplo realizado dentro da sala de aula), como o o virtual (realizado pela internet). É um tipo de violência moral e psicológica - e às vezes até física - onde as crianças são as precursoras e as vítimas. Ou seja é feito na sala de aula, no recreio, nos relacionamentos extra escola, e até por email e comunidades sociais (tipo Orkut).

Começam com a gozação, com o isolamento e podem chegar à agressão direta ou indireta. Pode ser perpetuado por uma só pessoa (criança) ou um grupo.

Pouco é discutido sobre isso abertamente. Pode-se até de maneira regulada e restrita, atuar de maneira pontual. Por exemplo, quando isso acontece, orientadores conversam com algumas das crianças participantes. Há vez ou outra desdobramentos com pais. Mas no conceito amplo, o que se faz é varrer a sujeira para debaixo do tapete.

Em exclente artigo que descreve um fato concreto de bullying, Eliane Brum, colunista de Época, traz à tona esse tema que precisa ser encarado de frente. O artigo Entre os Muros da Escola é leitura obrigatória para pais com crianças no Ensino Fundamental e Médio - principalmente para aqueles que tem seus filhos em escolas particulares.

Foi mais uma boa dica do Ricardo Oliveira do Diversitá. Há um chamamento para nos conscientizarmos - e assim não sermos responsabilizados no futuro. Vale a pena a leitura e ver nos comentários a reação e o testemunho de leitores comprometidos e engajados.

sábado, 19 de setembro de 2009

Nativos Digitais


O conceito Nativos Digitais é aplicado para aqueles nascidos a partir de 1980. São os jovens e as crianças de hoje que vivem e convivem com a tecnologia no seu cotidiano. O meio digital é algo já existente e corriqueiro. Os peixes não percebem a existência da água, pois lhes é natural. E assim acontece com a nova geração que vive em um mundo imerso em tecnologia.

Há no entanto uma grande distinção com aqueles que, apesar de fluentes nos instrumentos digitais e tecnológicos, trazem a herança e os hábitos de anos vivendo no mundo pré-dilúvio digital. Para nós mais velhos, se quiséssemos ser 'puros' como a geração que nos sucede - teríamos ainda que desaprender e esquecer o rol de paradigmas que moldaram nosso viver.

Por isso - não deve causar ofensa, quando classificamos aqueles que são mais velhos como Imigrantes Digitais. Serve tão somente para elucidarmos que os mais jovens são efetivamente um novo ser social no pedaço. Diferentes dos mais velhos.

Fazemos essa distinção entre as duas gerações, para didadicamente apontarmos para uma janela de oportunidade - talvez única na história da humanidade. Ao se tentar minimizar esse impacto - estaremos fazendo um desserviço para a futura geração. Sejamos sinceros - eles estão numa outra órbita totalmente diferente da nossa. E isso é bom e positivo.

A multidão de crianças e jovens desta nova geração representa em alguns países, como o Brasil por exemplo, metade da população! O desafio nos impõe esse banho de realidade, e ao mesmo tempo nos chama para uma ação efetiva. Devemos ser pró ativos e diligentes na preparação dessa transição.

E deixar as coisas acontecerem certamente não será a melhor política.

sábado, 8 de agosto de 2009

Voce tem sotaque?


Se você entende o cartoon acima - mesmo sendo imigrante digital, é bom sinal: seu sotaque é quase imperceptível!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Algumas considerações para pais


Hoje, mais do que nunca os pais de jovens e adolescentes precisam fazer lição de casa. Todos os dias. Utilize a frase antiguada e conservadora: o preço da liberdade é a eterna vigilância. Mas sem transferir essa responsa para seu filho. Quem tem que estar 'vigil' é você pai, mãe, educador! Não é seu filho, seu aluno!

A vigilância pressupõe ficar acordado ao longo da madrugada. E fazendo o que? Lição de casa.

Sem quebrar os ovos não se faz omelete. É por isso que pais que amam, se dedicam.

Transferir responsabilidades, ou se tornar omisso são atitudes que não construirão um futuro promissor para seus filhos. Mas vamos ao que interessa que são as considerações:

- Compreender o que se passa na cabeça do seu filho. Vestir seus sapatos. Procurar ver o mundo com seus olhos. Ouvir mais: com abertura e sem crítica. O que valorizam, o que gostam, o que os motiva.

- Respeite seus gostos e interesses. Fique atento, mas na distância adequada. Nem tanto para impor o seu jeito (de adulto) e nem tanto para deixar solto em demasia. Estilos são mais abrangentes e diferentes. Valores são mais fixos e perenes. Não misturar portanto as estações.

- Leia o que eles escrevem. Leia o que se escreve para eles - incluindo aí as letras de músicas. Entre no Orkut e pesquise (com paciência e inteligência) o que as comunidades das faixas de idade de seus filhos escrevem. Compreenda aí o que eles dão importância, o que valorizam.

- Diferencie - tem coisas que são só deles, tem coisas que são da família ou de pai+filho(a) ou mãe+filho(a), e tem coisas que são só suas. Elas realmente são atividades, eventos, momentos diferentes uns dos outros.

- Paixão nas oportunidades. Quando com seus filhos, demonstre a paixão do momento. Não seja egoista. Se é um programa pai e filho, que não seja o seu programa (ver carros antigos - por exemplo), quando ele quer empinar papagaio. Mesmo que você não tenha jeito pra coisa, o que vale é o momento existencial.

Experimente essas iniciativas. O resultado será o de andar muito próximo de nossos filhos. Longe de termos um rol de regras - são recomendações a serem absorvidas com perspicácia e equilibrio.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A leitura inversa


Queremos nos posicionar frente à modernidade, com argumentos invertidos. Quando se trata das novas gerações e a singularidade do conjunto de seus hábitos, somos rápidos em retrucar que "a diferença não é tão grande assim". E retocamos nosso argumento com o que nós fazemos (como pais): temos blog, temos facebook, e até orkut (considerado como um ambiente juvenil) ...

Mas com o viés de fazermos a leitura do nosso ponto de vista, não percebemos que a perspectiva adequada é a da nova geração - e não a nossa.

Durmamos com um barulho desses portanto (a tradução segue):

Pai: "Oi querida, como foi a escola hoje?"

Filha: "Você pode ler tudo no meu blog, pai."

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Novos papeis para Pais


Esclareço desde logo que não estou advogando mudanças radicais nas funções e obrigações milenares que pais têm sobre seus filhos. Mas estou, sim, direcionando os valores tradicionais representados por alguns verbos como: amar, cuidar e dialogar - para nos atermos a essas ações básicas e universais.

Temos um novo ser em nosso lar. É uma criança (ou um adolescente) muito diferente do que eramos ou do que foram, aqueles em gerações intermediárias. Isso por causa de hábitos e modos de se relacionar com e no contexto em que vivem.

Temos que prestar atenção nas nossas crianças, que não mais atuam debaixo de uma égide analógica e sim digital. Semelhante à mesma naturalidade com que usufruimos de água encanada e eletricidade, eles hoje têm transparência nas interfaces digitais que os cercam. Inclusive porque são mais propensos a valorizar - tanto em aquisição como em uso - essas plataformas carregadas de tecnologia que conectam e simplificam o dia a dia.

Fico sabendo que Hospitais estão utilizando ipods como um componente para minorar o baque de uma terapia ou de um internamento. As pessoas ficam concentradas em si ao ouvirem músicas, uma narração bíblica ou mesmo uma seleção de poesias - e se desvencilham da conversa-fofoca pessimista de acompanhantes e outros pacientes. Não - não é falta de educação. É prioridade no paciente.

O uso dessa 'plataforma' ou equipamento -vem para o jovem com total naturalidade. Só para contrastar, lembro que recentemente, ao se completar 30 anos do lançamento do walkman, foi dado a um jovem digital para descobrir os usos daquele componente do tamanho de um tijolo. Ele não imaginava que precisava trocar de lado a fita cassete. E que o rádio tivesse tanta interferência. E o peso ...

Essas transições de interface, e o rápido crescimento de redes sociais, têm permitido aos mais jovens ampliarem seus contatos. Hoje amigo e amizade ganham novas conotações. Se o pai pergunta: "Quem é esse amigo seu aqui do Orkut?" poderá receber como resposta um "não sei - não o conheço"! Esta é uma situação muito comum e tem algumas lições práticas, a serem discutidas neste fórum.

Já quando o jovem sai de casa para atividades sociais, os amigos participam da sua amizade, ganhando sentido de companheirismo. É quase certo que refere-se a amigos de contatos pessoais (escola, clube, vizinhança, igreja). A interface digital que também os conecta, reforça esse companheirismo e os laços sociais presenciais.

O que observamos é que o papel de acompanhar ganha contornos diferenciados. Não é uma situação preto no branco. Não é para liberar todos os amigos (a idade do filho influi aqui) e nem para excluir de imediato. O mesmo procedimento se aplica nos companheiros. São novas regras sociais que abrangem essa geração de Nativos Digitais. E os pais devem saber interpretar e se contextualizar dentro desse novo mundo. E com o diálogo, iremos aprender e nos situar de maneira equilibrada e positiva.

Na próxima postagem vamos discutir alguns pontos práticos, incluindo-se o que fazer e como fazer.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Politicamente Inclusa


O texto da Ana Paula de 12 anos está fazendo história entre os followers do Marcelo Tas - e agora postado em seu blog. Ou seja - a integração (ou seria convergência?) da Televisão, neste caso o programa CQC com a internet através das mídias sociais (twitter) e as expressões pessoais (blogs), dão um pouco do caldo da revolução!

Para quem não está no twitter, a etiqueta que une temas denomina-se tag, e é representada pelo símbolo #. No caso do assunto em pauta, é o #forasarney - alguns jornais já deram até cobertura. São milhares de manifestações através da micro postagem (até 140 caracteres) de internautas revoltados com o impasse no Senado.

Como pode alguém que hoje ainda não vota se envolver tanto? Querem um país melhor e reconhecem que devem tomar partido (literalmente). É isso mesmo, a geração Nativos Digitais dando mostras a que veio.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Aprendendo como não fazer

Sou bastante a favor do aprendizado positivo e construtivo - evitando ao máximo o uso do exemplo negativo. Lembra-se da brincadeira: Fale elefante 20 vezes (espere até a pessoa falar). O que você está pensado agora?

Pois é às vezes, no ímpeto de se mostrar como não se deve fazer, acabamos seguindo o exemplo negativo. Acontece que em alguns casos, em que a situação é tão ilustrativa (e tão absurdamente rídicula), que merece para que nós - pais - tenhamos um bom choque de realidade.

Creio que foi pensando nisso, e pela situação extremamente cômica que lançaram o blog Oh Crap. My Parents Joined Facebook (Ô Desgraça. Meus pais estão no Facebook)

A lição maior, a meu ver é:

Pais: lugar de diálogo é em casa. Não seja preguiçoso para utilizar as redes sociais e em público tratar assuntos corriqueiros ou que revelem as nossas patologias. Os nossos filhos estão muito bem, obrigado!




Na situação ilustrada acima a mãe se entusiasma (publicamente) com a foto e o vestido tomara que caia da filha, e sugere (ou recomenda, mandando) para ela não levantar os braços ...

Em seguida um amigo retruca que morreu de rir da situação!



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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Uma geração talentosa


Mais uma prova de que sim eles podem! Essa geração é extremamente talentosa, e encontra nos meios digitais um canal de expressão, divulgação e reforço de suas produções artísticas, culturais e sociais.

O jovens estão aí!

Como é o caso do João Pedro (o porjoão dos cartuns) - por isso quando se fala em mundo digital, o software ou o hardware são tão somente detalhes.

Peopleware, childware, e youthware é o que vale! Paremos de pensar em termos de ferramentas ou aplicativos. O que vale são as pessoas.

Você deve estar se perguntando: qual a idade desse jovem. Pois bem, veja o perfil do nosso cartunista mirim, e faça os cálculos:

Nasci em 1996.Já publiquei em algumas revistas dentre elas a revista MAD.tinha meu antigo blog(http://joao-barbosa.zip.net) que tem o mesmo nome deste aqui. Espero que com estes desenhos vocês sintam cócegas no raciocínio.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Matéria n'O Globo




Como já relatei, na semana passada tivemos a honra de sermos entrevistados para a Revista Digital do jornal O Globo do Rio, com a matéria de capa focando em um dos temas preciosos deste blog - provavelmente o tema que o cerca em todas as direções: Nativos Digitais (matéria online completa).

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Olhar da criança


Um excelente trabalho foi consolidado em livro e lançado hoje pela manhã no Instituto da Criança, ligado ao Hospital das Clínicas em São Paulo.

Trata-se de O Hospital pelo Olhar da Criança de Aide Mitie Kudo e Priscila Bagio Maria, pela Yendis.

Como estou realizando um serviço para a Editora fiquei sabendo do evento e do livro. É uma obra de ruptura pois as autoras utilizam o recurso da colaboração, dando espaço para que as crianças contribuam com a obra. E ao mesmo tempo recorrem a um instrumento digital para nas mãos das crianças captar como vêem o ambiente hospitalar.

Voce pode solicitar essa obra diretamente na Editora, aqui. É possível encontra-la também em algumas livrarias e nas Lojas Americanas.



A felicidade dessa obra está nas diversas fotos que a ilustram, com os comentários e historinhas que recheiam de vida para relatar ao leitor e aos desatentos da realidade de uma criança debaixo do cuidado médico-hospitalar.

Isso é um exemplo claro (e aqui um esclarecimento conheci o livro pronto), de que as iniciativas para diminuir o abismo - não só entre gerações, mas também para atuar na digital divide (marginalização digital) e assim atuar em prol de um mundo melhor para todos.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Saiu na Revista Digital


O Jornal O Globo fez uma matéria muito interessante (por seu tema) e nos deu a oportunidade de contribuir com algumas idéias e conclusões que temos chegado. O tema é Nativos digitais já estão dominando o mundo e transformando a forma como o ser humano se comunica. Ela pode ser lida aqui.


Parte do que falei para a jornalista que me entrevistou, eu já compartilhei aqui. No entanto a sua abordagem e o formato de uma matéria para o grande público, tornou o texto muito didático e apropriado.

Interessante também, para efeito de aprofundarmos o assunto foram os comentários. Estou pinçando alguns pela contribuição didática e pedagógica que serve para o debate - até porque há algumas expressões muito gozadas e trágicas, pois me parecem fora da realidade.

A foto ilustrando é de capa da revista de uma edição do ano passado.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Discutindo a vida digital


Além do espaço deste blog, temos utilizado de outras plataformas para trazer à tona a relevância da discussão do abismo entre as gerações.

No âmbito presencial e corporativo, com foco no Marketing e desdobramento na Educação, tivemos mais uma encontro do Fórum Permanente de Estudos da Vida Digital. Parte do que já postei, adicionado de novas informações estão condensados na apresentação do Slide Share (um site focado em apresentações que permite que você veja cada slide em tela inteira e também fazer downloads).

Hoje é de extrema importância que coloquemos mais gente na parada. Aqueles que nos acompanham, eu gostaria de convocá-los a deixar nos comentários suas sugestões ou pelo menos algumas questões. Assim podemos balisar as próximas postagens.


Creio ser pertinente focar nos aspectos do abismo digital. Há várias implicações:

- Como ser mais eficaz na formação de filhos
- Como entender demandas e necessidades
- Como não ser um estorvo para assuntos superficiais ou estéticos
- Como diminuir a ênfase na autoridade e fazer-se respeitar pela moral
- Como diminuir o uso do controle e do comando e ao mesmo tempo manter diretrizes e limites

Esta lista é mais do que parcial - seria tão somente inicial.

Gostaria de deixar em aberto para que a partir daqui, vocês também entrem no debate.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Zits vem para ajudar


Zits é um personagem de tiras de HQ. Foi criado para ajudar pais e educadores a entenderem seus filhos e alunos. Voltado para diminuir o abismo digital, em formato simples e objetivo consegue contribuir positivamente.


Como a cada dia é uma nova tirinha, as lições são variadas. Com o toque de humor, acabamos aprendendo de maneira leve, e assimilamos as lições naturalmente.


A tira de destaque, acima, que recomendo tem a seguinte tradução:


Quadro 1 - Sim! Está aqui mesmo.

Quadro 2 - Jeremy não estava brincando.

Quadro 3 - Ele de fato adicionou a sua foto ao artigo na Wikipedia "Humilhação"
(Mãe): Mas tudo que fiz foi colocar sua foto quando bebê no Álbum da Escola!

domingo, 19 de abril de 2009

Anunciando o Breve Manual

Estamos nos preparativos finais para soltarmos o Breve Manual Para Pais (versão beta), onde pretendemos apresentar passos práticos e coerentes com a nova realidade. Como já anunciado, trata-se da versão beta, pois queremos liberar rápidamente com mais de 90% do seu conteúdo definido, e permitindo que uma parte dele se aperfeiçoe dentro de um espirito colaborativo.

A seguir antecipamos o índice desse documento em construção:

1 - Introdução - o que propomos e o início da discussão

2 - A Matriz de Riscos - Entendendo os tipos de riscos (Assédio, Pornografia, Cyberbullying), entendendo as fontes (individual - menores e de seus grupos e adultos)

3 - Entendimento da Matriz

4 - Mitos da Segurança Online

5 - Um desafio a ser entendido

6 - Ameaças e Riscos

7 - Passos práticos para os pais

8 - Recomendações Finais

9 - Recursos, bibliografias e links

Poderemos antecipar alguns dos capítulos - por isso, fique ligado.

Primeiros passos


Temos um boa e uma má notícia para os pais.

A boa notícia: realmente a internet é uma influência positiva para crianças e jovens. E eles irão utilizar esse mundo digital de maneira cada vez mais intensa e permanente em suas vidas. O outro lado da questão - a má notícia, é que, como pais teremos que re-aprender a nos situarmos neste novo mundo. E isso vai dar um pouco de trabalho para todos nós!

Sem dúvida há aqueles (felizmente uma minoria), que querem fazer como a anedota do banho da criança, onde ao jogar fora a água suja, a criança vai também. Esse tipo de pensamento - nefasto, retrógrado e limitante não interessa às famílias. Não há como evitar a revolução digital que presenciamos. As crianças cada vez mais cedo usam celulares, tem email, e se cadastram e sites de relacionamento, formando grupos e comunidades.

É impossível e uma aberração ao mesmo tempo, diante de tanta modernidade e da ubiquidade das facetas digitais, querer privar qualquer cidadão - independente de sua idade ou mesmo de classe social, dos avanços tecnológicos e das novidades da modernidade.

Hoje reconhecemos que muito do que o mundo digital proporciona, como o uso do telefone celular e as mensagens curtas de texto (os torpedos e sms) compõem, além da própria internet, um grande arcabouço digital. Tudo isso gera dentro do lar, uma forte proximidade e interação entre pais e filhos, comodidade e segurança. Há também o fato de que tudo isso intensifica o desenvolvimento de uma maior inteligência e preparo, ampliando sua força social com desdobramentos emocionais saudáveis. Dessa forma estaremos hoje, preparando nossos filhos para o amanhã.

O que devemos fazer então? Nos próximos dias, disponibilizaremos um Breve Manual Para Pais - inicialmente em sua versão beta (significando que poderá receber melhorias e adições). Será dentro do espirito denominado de 'código aberto' - onde os pais poderão baixar o texto sem custo algum. E se quiserem, poderão encaminhar para outros pais e familiares.

Em paralelo estaremos recebendo perguntas e sugestões. Quem sabe poderemos criar um grande fórum nacional que discuta e debata os temas que nos inquietam. A segurança, a orientação saudável, as diretrizes e os limites estabelecidos de forma equilibrada, e a construção de um ambiente positivo, fazem parte de nosso intento. Queremos prover aos pais - ao final de sua jornada de criação e educação dos filhos, um sentimento de dever cumprido - e de ter cumprido-o bem!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quatro questões chaves


No encerramento do ano passado, a força tarefa composta de Procuradores estaduais dos Estados Unidos, debaixo do guarda-chuva da instituição da Universidade de Harvard, no Berkman Center for Internet & Society, tornava público através de um documento de 278 páginas a última análise sobre a Segurança da Criança na Web.

Como já temos apresentado, a atual geração abaixo dos 32 anos, e mais especificamente hoje, aqueles com menos de 18 anos, tem assimilado em suas vidas tanto o computador como os terminais de mão (celulares e similares) com acesso à internet, como coisas corriqueiras e naturalmente ligadas ao cotidiano. São aqueles 'banhados em bits' como temos enfatizado.

Esse estudo foca com muita pertinência as preocupações de pais, legisladores, membros do judiciário e do executivo com relação à internet. A maioria dos pais americanos reconhecem a influência positiva da internet na vida de seus filhos. E é fato aceito que as chamadas mídias sociais se fortalecem em relevância ao permitir socialização, aprendizado e inclusão na vida pública.

É portanto mister, conforme esse relatório que sejam endereçadas pelo menos 4 questões chaves:

1. Quais as ameaças que os jovens enfrentam ao se conectarem online?

2. Onde e quando estão os jovens debaixo de maior risco?

3. Quais os jovens que estão debaixo de maior risco e o que torna uns sob maior risco que outros?

4. Como essas diferentes ameaças se inter-relacionam?

Deixo para reflexão, enquanto preparo a próxima postagem. Comente à vontade.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Quantos amigos meu filho pode ter?


Um pai reclama para o outro:

- Meu filho está muito para Roberto Carlos.

- Como assim? Retruca o outro.

- Ele quer ter um milhão de amigos.

Com certeza, uma das características da geração net, está no número de amigos e conhecidos. Com facilidade eles conseguem chegar perto de 1.000. Isso é bom?

Não creio que a questão seja de juízo de valor, mas sim de entendimento do contexto e do significado da agenda telefônica, lista de vínculos no Orkut e nomes de conhecidos que se lembra de cor. Há por debaixo desse comportamento de amplos relacionamentos virtuais, uma tendência social que se cristaliza com vantagens e desvantagens.

O que teme o pai? Seriam as amizades perniciosas que viriam do mundo virtual adentrar o mundo real? Seria o descontrole para com os que potencialmente podem influenciar seu filho?

Apesar das trivialidades, das efêmeras experiências sociais, do nebuloso e barulhento mundo chamado bazar - há uma nova linguagem social se cristalizando.

terça-feira, 31 de março de 2009

Projeto colaborativo


Ainda nos seus primeiros dias de vida, o projeto Meu Filho Digital ganha várias adesões e apoio. São amigos que divulgam no twitter, outras que aderem ao meu grupo do Facebook, e até um amigo-nerd (o JP - do takeme2japan), que me enviou um roteiro muito interessante para discutirmos.

A seguir quero compartilhar o que seria uma introdução de esclarecimento para os pais. Devemos lembrar que há efetivamente (em todas as gerações houve), um distanciamento entre as gerações. Hoje em função dessas grandes transformações e o próprio re-ordenamento social, em velocidades absurdas, uma ampliação desse gap.

Por isso que gostaria de explorar os MITOS que a internet e os comportamentos diferentes acabam criando de maneira natural ou provocada. A pergunta portanto é:

Que mitos você identifica na perspectiva de pais ao encarar ou ao não entender essa transformação social e seu filho digital?

segunda-feira, 30 de março de 2009

Texto de pesquisa

Uma das primeiras contribuições que o nosso projeto Meu Filho Digital recebeu, veio do João Paulo, que é um cara extremamente ligado e conectado - autor do blog takeme2japan que trata de mídia, marketing e cultura.

Ele me mandou uma conexão interessante que é uma pesquisa sobre os jovens japoneses (está em Inglês). Nos próximos dias farei uma resenha deste texto.

domingo, 29 de março de 2009

Geração 2.0


Não é de hoje. Há sinais que nos alertam para a chegada deste novo tempo. Uma Geração banhada, movida e alimentada por bits. Bites e bits, blogs e redes, mensagens e torpedos, conversando - falando e ouvindo.

Não há necessidade de muita argumentação. A situação está diante de nós com clareza. Em alguns momentos nos sentimos ameaçados. Outras vezes até agredidos. Temos nossos momentos de alívio e realização. Afinal, aconteceu conosco em passado não muito remoto - entre nós e nossos pais, assim como entre eles e nossos avós. O eterno conflito das gerações ...

Mas no presente - quando nos endereçamos ao momento atual e aos desafios que se nos apresentam - a coisa muda. Muda porque nunca antes (no mundo) essa transformação foi tão radical e profunda. A ponto de em uma única geração termos tantas diferenças, novidades e transformações sócio-culturais.

O que fazer então? A solução não está nem no desprezo (do tipo 'deixa estar' como a canção dos Beatles Let it be), e nem tão pouco no combate extremado e castrador. Pasmem! Ouvi um tecnólogo recomendar que mantenhamos os filhos abaixo de 17 anos proibidos de acessar a internet!!

Creio que o caminho da verdadeira sabedoria reside em fazermos a nossa parte como geração que lidera os mais jovens: comprender esta nova ordem social, como ela está sendo construída, seus parâmetros e influências, suas descobertas e desafios, seus perigos (que certamente existem) e suas bençãos e vantagens.

É claro que há que se ter amor, diálogo, respeito, enfim um verdadeiro espírito de família. Mas há um fator crítico de sucesso para os dias de hoje: nossa contextualização nesse ambiente social, cultural e tecnológico, com pertinência e equilibrio.

Essa é a minha proposta para vocês pais e mães! A conversa está aberta!

* Capa da revista Time de 20 de março de 2006. A discussão sobre as mudanças comportamentais de nossos filhos tem atraido a atenção da grande mídia em diversas e diferentes coberturas. Há pouca - se alguma - literatura que trate de forma atualizada o desafio corrente.