segunda-feira, 27 de julho de 2009

A leitura inversa


Queremos nos posicionar frente à modernidade, com argumentos invertidos. Quando se trata das novas gerações e a singularidade do conjunto de seus hábitos, somos rápidos em retrucar que "a diferença não é tão grande assim". E retocamos nosso argumento com o que nós fazemos (como pais): temos blog, temos facebook, e até orkut (considerado como um ambiente juvenil) ...

Mas com o viés de fazermos a leitura do nosso ponto de vista, não percebemos que a perspectiva adequada é a da nova geração - e não a nossa.

Durmamos com um barulho desses portanto (a tradução segue):

Pai: "Oi querida, como foi a escola hoje?"

Filha: "Você pode ler tudo no meu blog, pai."

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Novos papeis para Pais


Esclareço desde logo que não estou advogando mudanças radicais nas funções e obrigações milenares que pais têm sobre seus filhos. Mas estou, sim, direcionando os valores tradicionais representados por alguns verbos como: amar, cuidar e dialogar - para nos atermos a essas ações básicas e universais.

Temos um novo ser em nosso lar. É uma criança (ou um adolescente) muito diferente do que eramos ou do que foram, aqueles em gerações intermediárias. Isso por causa de hábitos e modos de se relacionar com e no contexto em que vivem.

Temos que prestar atenção nas nossas crianças, que não mais atuam debaixo de uma égide analógica e sim digital. Semelhante à mesma naturalidade com que usufruimos de água encanada e eletricidade, eles hoje têm transparência nas interfaces digitais que os cercam. Inclusive porque são mais propensos a valorizar - tanto em aquisição como em uso - essas plataformas carregadas de tecnologia que conectam e simplificam o dia a dia.

Fico sabendo que Hospitais estão utilizando ipods como um componente para minorar o baque de uma terapia ou de um internamento. As pessoas ficam concentradas em si ao ouvirem músicas, uma narração bíblica ou mesmo uma seleção de poesias - e se desvencilham da conversa-fofoca pessimista de acompanhantes e outros pacientes. Não - não é falta de educação. É prioridade no paciente.

O uso dessa 'plataforma' ou equipamento -vem para o jovem com total naturalidade. Só para contrastar, lembro que recentemente, ao se completar 30 anos do lançamento do walkman, foi dado a um jovem digital para descobrir os usos daquele componente do tamanho de um tijolo. Ele não imaginava que precisava trocar de lado a fita cassete. E que o rádio tivesse tanta interferência. E o peso ...

Essas transições de interface, e o rápido crescimento de redes sociais, têm permitido aos mais jovens ampliarem seus contatos. Hoje amigo e amizade ganham novas conotações. Se o pai pergunta: "Quem é esse amigo seu aqui do Orkut?" poderá receber como resposta um "não sei - não o conheço"! Esta é uma situação muito comum e tem algumas lições práticas, a serem discutidas neste fórum.

Já quando o jovem sai de casa para atividades sociais, os amigos participam da sua amizade, ganhando sentido de companheirismo. É quase certo que refere-se a amigos de contatos pessoais (escola, clube, vizinhança, igreja). A interface digital que também os conecta, reforça esse companheirismo e os laços sociais presenciais.

O que observamos é que o papel de acompanhar ganha contornos diferenciados. Não é uma situação preto no branco. Não é para liberar todos os amigos (a idade do filho influi aqui) e nem para excluir de imediato. O mesmo procedimento se aplica nos companheiros. São novas regras sociais que abrangem essa geração de Nativos Digitais. E os pais devem saber interpretar e se contextualizar dentro desse novo mundo. E com o diálogo, iremos aprender e nos situar de maneira equilibrada e positiva.

Na próxima postagem vamos discutir alguns pontos práticos, incluindo-se o que fazer e como fazer.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Politicamente Inclusa


O texto da Ana Paula de 12 anos está fazendo história entre os followers do Marcelo Tas - e agora postado em seu blog. Ou seja - a integração (ou seria convergência?) da Televisão, neste caso o programa CQC com a internet através das mídias sociais (twitter) e as expressões pessoais (blogs), dão um pouco do caldo da revolução!

Para quem não está no twitter, a etiqueta que une temas denomina-se tag, e é representada pelo símbolo #. No caso do assunto em pauta, é o #forasarney - alguns jornais já deram até cobertura. São milhares de manifestações através da micro postagem (até 140 caracteres) de internautas revoltados com o impasse no Senado.

Como pode alguém que hoje ainda não vota se envolver tanto? Querem um país melhor e reconhecem que devem tomar partido (literalmente). É isso mesmo, a geração Nativos Digitais dando mostras a que veio.